A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO – VOCÊ JÁ ESTÁ NO CAMINHO?

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Artigo de Maria Lúcia Rocha Costa - consultora parceira da Evolução Humana Consultoria. Chama-se de autoconhecimento o processo que vai da tomada de consciência do indivíduo em relação ao seu desconhecimento de si mesmo, passa pelo movimento interminável do enxergar a si próprio e da auto-educação e auto-aceitação, e chega até o momento da sua morte física. Em outras palavras, o autoconhecimento é um processo interminável que se inicia com a tomada de consciência do indivíduo, de que ele não vê a si, não se enxerga a si porque foi formado (condicionado) a não se autoconhecer e a viver na periferia de si mesmo. Após esta tomada de consciência do desconhecimento de si mesmo o indivíduo compreende que, através do exercício do autoconhecimento, ele pode penetrar na jornada do conhecer-se, aprendendo em primeiro plano.
... A importânicia do autoconhecimento... "entendendo este processo"

[Maria Lúcia Rocha Costa]Consultora de Desenvolvimento Humano e Organizacional

“Aprender a olhar e ouvir o outro só pode acontecer quando o indivíduo cultiva o hábito de aprender a olhar e ouvir a si mesmo”- Jean Vaysse

Na era da comunicação, onde a tecnologia oferece ao homem inúmeras possibilidades de se comunicar eficientemente, através de aparelhos que reduzem distâncias físicas, levando o planeta terra a ficar informado do que acontece em quase todos os espaços do mundo, constatamos que é raro o exercício consciente da comunicação interpessoal.

O aperfeiçoamento da comunicação, com todo o avanço, não foi capaz de proporcionar ao homem as condições necessárias para que ele exercite, com consciência e presença no aqui-agora, o aprendizado do autoconhecimento e da autocomunicação, da comunicação com o seu semelhante e com tudo que o cerca.

Sabemos que a comunicação, no seu sentido específico de “comunhão”, de “tornar-se comum com o outro”, raramente acontece em todo o nosso planeta. Constatamos que o homem em sua maioria esmagadora, não sabe ainda se comunicar eficientemente com ele mesmo e, consequentemente com quem está à sua volta.

Não sabe se comunicar com ele mesmo porque não se autoconhece. Não se autoconhece porque não sabe se comunicar com ele mesmo e com o outro. Não sabe se comunicar com ele mesmo porque não se aceita como ele é no processo de ir sendo. Não se autoconhece “porque não se vê no outro”, porque se sente separado de tudo e de todos, até dele mesmo. Não conhece a realidade consciente do auto-respeito alheio porque não conhece seu próprio potencial.

Verificamos que esse total desconhecimento de si mesmo é também fruto de condicionamento social e cultural (formação, modelos mentais, paradigmas) que impôs e impõe ao homem a inércia existencial. Essa inércia lhe tira as condições de praticar a coragem de olhar para si mesmo como ele é no seu mutável processo de ir sendo. E muitas vezes ele gostaria de ser a partir de suas auto-imagens idealizadas e das imagens construídas de forma alheia.

Por não saber se comunicar de forma consciente, o homem vive de maneira parecida com um personagem que vive fora do mundo, que se nega a crescer e está sempre em busca de novas sensações para passar o tempo. Sem o exercício consciente da autocomunicação e da comunicação com o outro, fica difícil ao homem sair dos jogos da dualidade e crescer como ser único e responsável pelas próprias escolhas.

Diante da compreensão deste estado de incomunicação de nós, e do preço que estamos pagando por mantê-lo, reconhecemos ser urgente o aprendizado e a prática do que denominamos de autoconhecimento.

E o que significa autoconhecimento?

Chama-se de autoconhecimento o processo que vai da tomada de consciência do indivíduo em relação ao seu desconhecimento de si mesmo, passa pelo movimento interminável do enxergar a si próprio e da auto-educação e auto-aceitação, e chega até o momento da sua morte física. Em outras palavras, o autoconhecimento é um processo interminável que se inicia com a tomada de consciência do indivíduo, de que ele não vê a si, não se enxerga a si porque foi formado (condicionado) a não se autoconhecer e a viver na periferia de si mesmo.

Após esta tomada de consciência do desconhecimento de si mesmo o indivíduo compreende que, através do exercício do autoconhecimento, ele pode penetrar na jornada do conhecer-se, aprendendo em primeiro plano:

1.  A olhar para si mesmo e a se ver como ele é, como ele se apresenta ou como ele se manifesta.

2.  Ouvir a si mesmo, a perceber a si mesmo tal como ele acontece em todas as suas circunstâncias de vida, ouvindo seu corpo, suas sensações, suas emoções, pensamentos, sua presença, sua saudade de si mesmo sem preconceitos, sem adjetivos, sem dogmas.

3.  Tocar a si mesmo reconhecendo a sua textura e sua vocação de ser.

4.  Não mais temer a si mesmo.

5.  Confiar e valorizar a si mesmo assumindo o compromisso de ser autêntico consigo.

Em um segundo plano, e, na maioria das vezes, de forma simultânea ao primeiro plano, ele compreende que pode aprender a:

1.  Ver o outro como ele se apresenta, sem expectativa, sem querer que o outro atenda àquilo que as suas imagens esperam dele, sem querer que o outro seja o que ele não é.

2.  Ouvir o outro e perceber o outro tal como ele acontece. Aprender a ouvir não só as palavras, mas a presença total do outro, ouvindo com os olhos, com o coração, com a totalidade da atenção do seu ser.

3.  A tocar reverentemente o outro respeitando a sua vocação de ser.

4.  A não mais temer o outro.

5.  A confiar e valorizar o outro, assumindo que essa valorização e confiança refletem a sua confiança na potência criadora da humanidade da qual ele faz parte.

6.  Falar respeitosamente com o outro através de palavras, gestos, olhar, silêncio e presença no aqui-agora.

A frase do Jean Vaysse se encaixa perfeitamente ao contexto “aprender a olhar e a ouvir o outro só pode acontecer quando o indivíduo cultiva o hábito de aprender a olhar e a ouvir a si mesmo”. Quem já iniciou a experiência de aprender a ver e a olhar-se, sabe que para se desempenhar tal empreendimento se faz necessário uma enorme disponibilidade interior para o acontecimento desse autoencontro.

... vontade de você... MESMO!

O autoconhecimento necessita de disponibilidade, vontade e essa disponibilidade interior não exige nenhum movimento sensacionalista de ir a mosteiros, ou contratar terapeutas, gurus, amantes, especialistas, babás, ou ainda sair da vivência cotidiana da sobrevivência mais imediata. Exige, sim, uma atenção no aqui-agora, à forma como anda; como fala; como ouve; como se veste; como se sente quando está sem roupa; como faz refeições; como se relaciona com as pessoas; como dorme; como trata o filho, o (a) namorado (a), o subordinado, a (o) esposa (o), o amigo, o chefe; como bebe água; como dirige o carro, a bicicleta, a empresa, a área pelo qual é responsável, as metas que lhe são confiadas, a própria vida; a forma como vai ao mercado, compra o jornal, vê televisão, troca o pneu, ouve rádio; como se omite ou como assume as responsabilidades que lhe são confiadas; como fala sobre as emoções que sente; como caminha; como sorri, como e porque sente medo; como seduz; como acende o fósforo; como cuida da saúde, etc. A prática da atenção no aqui-agora, paulatinamente, levará o indivíduo a compreender que ele pode experimentar o processo de construir a unidade entre o que ele pensa, sente, faz, com o que ele anseia. Este processo de aprendizado do autoconhecimento é desenvolvido em diferentes etapas, dentro de um percurso cronológico próprio de cada indivíduo e está intimamente ligado à relação consciente do indivíduo com o outro e com tudo que está inserido no mundo que o cerca.

No exercício das diversas etapas da prática do autoconhecimento, o indivíduo aprende a colocar luz na ignorância a respeito de si mesmo. Toma consciência de que não se autoconhece e do preço que tem que pagar pela sua falta de autoconhecimento, pela sua falta de responsabilidade sobre si mesmo. Abraça a coragem de se lançar ao desconhecido que é ele mesmo. Inicia o processo de sua autolocalização. Elege prioridades. Arruma sua casa interna. Liberta-se da condição de vítima e responsabiliza-se pela construção do seu significado de vida. Encara sua dor não mais como vítima, mas com muita consciência. Aprende a reconhecê-lo como um grande aliado do seu processo de autoconhecimento. Sai do papel de expectador para o de protagonista. Retira dele a compreensão que a vida vivida fora da consciência é dolorosa, desencontrada, angustiante, quase impossível de ser bancada.

 

... liberdade, plenitude, leveza, fluidez, energia vital fortalecida...

Uma pessoa plena é mais feliz

 

John Powel em seu livro “Para Viver em Plenitude” define que as pessoas que vivem em plenitude são aquelas que estão usando todas as suas faculdades, poderes e talentos (e isso tudo é conseguido pelo exercício do autoconhecimento).

Pessoas plenas funcionam tanto com seus sentidos externos quanto internos. Sentem-se confortáveis e abertas à experiência total e à expressão de todas as emoções humanas, sem medo de ser feliz.

Essas pessoas vibram, cheias de vida, em sua mente, coração e desejo. Elas vêem a beleza do mundo. Escutam sua música e absorvem sua poesia. Aspiram o cheiro de cada novo dia e experimentam “a delícia e a dor de ser o que é”, sem medo. Estar vivo em plenitude significa estar aberto a toda experiência humana. As pessoas plenas ativam a imaginação e cultivam o senso de humor. Tornam-se capazes de experimentar toda a gama de sentimentos humanos – admiração, medo, ternura, compaixão, a agonia e o êxtase.

As pessoas plenas estão vivas também em suas mentes. Estão bem conscientes da sabedoria de Sócrates em sua afirmação de que “uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida”. As pessoas plenas estão sempre pensando e refletindo. São capazes de fazer as perguntas certas à vida, e flexíveis para permitir que a vida as questione.

A plenitude da vida, no entanto, não deve ser mal interpretada como sendo um “mar de rosas”. As pessoas plenas, exatamente por serem plenas, com certeza experimentam tanto o fracasso quanto o sucesso. Estão abertas tanto à dor quanto ao prazer. Têm muitas perguntas e algumas respostas. Choram e riem. Sonham e esperam. As únicas coisas que não fazem parte de sua experiência são a passividade e a apatia. Elas dizem um forte “sim” à vida e um sonoro “amém” à felicidade. Sentem a intensa dor do crescimento – de deixarem o velho e irem direto ao novo – mas sua mente está sempre alerta e seu coração aberto. Estão sempre em movimento, crescendo, vivendo um processo; sendo criaturas de evolução contínua.

No exercício das diferentes etapas do amadurecimento humano e da busca da plenitude, o indivíduo arregaça as mangas e desenvolve com o seu sangue o movimento de aprender a aprender e aprender a se autoconhecer.

Autorizada a reprodução, desde que citada a fonte.

Bibliografia:

Vaysse, Jean.  Rumo ao despertar de si mesmo.  Editora Pensamento

Feldman de Miranda, Clara. Construindo a relação de ajuda. Editora Crescer

Powel, John. O segredo do amor eterno.  Editora Crescer

Biscaro, Waldir. Maturidade e poder pessoal. Editora Brasiliense

Brady, Loretta.  Arrancar máscaras. Abandonar papéis. Edições Loyola

[Maria Lúcia Rocha Costa]Mestre em Administração de empresas.Pós-graduada em RH e em psicologia educacional. Psicodramatista, arte-terapauta e terapeuta Corporal. Master coach pelo Integrated Coaching Institute e Trainer do The Human Element.
Qualificada na utilização dos instrumentos MBTI®, Birkman®, TMP®, FiroB® e TKI®.
Consultora de desenvolvimento humano e organizacional, com expertise em gestão de pessoas, liderança, coaching, equipes de alta performance, clima organizacional, desempenho, carreira e sucessão, dinâmicas e atividades em grupo.
Experiência de 25 anos em RH, tendo trabalhado em posições executivas de empresas nacionais e multinacionais de porte como Votorantim, Boticário, Alcan, Grupo Bompreço e Oxiteno.

A Evolução Humana trabalha a favor da “Expansão da Consciência”.
Essa é nossa razão de existir!

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